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O que é uma EMPRESA JÚNIOR?

2 de maio de 2024

Prof. Josino Neto | Professor dos cursos Tecnológicos e Bacharelados em Administração, Logística, Marketing, RH e Gestão Comercial da Faculdade CDL, pós-graduado em Economia de Empresas, Gestão de Projetos e Perícia Financeira, mestre em Administração. Consultor organizacional, foi membro fundador da Empresa Júnior da UECE/1992, tendo participado de vários projetos de consultoria e cargos na diretoria desta associação.

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No final da década de 60, surgiram na Europa, mais especificamente na França, associações de universitários denominadas “Junior-Enterprises”, cujo objetivo era o de complementar na prática o aprendizado teórico. Para realizar esse objetivo, os alunos, através dessas associações, iniciaram a prestar serviços à comunidade mediante reembolso pelos custos incorridos nos mesmos. Assim, dava-se início a uma ideia que rapidamente se espalharia pela Europa e para outros continentes. Na França existe uma Confederação Nacional de Júnior-Entreprises, reconhecida em sua importância acadêmica e profissional pelo governo e pela sociedade. Existem, praticamente, em todas as áreas do saber: Economia, Administração, Contabilidade, por exemplo.

Uma Empresa Júnior é uma associação civil, sem fins lucrativos, formada e gerida pelos próprios alunos respaldados por aportes técnicos-profissionais, com registros nos órgãos de regulamentação profissional (conselhos regionais). Os integrantes das equipes de projetos são reembolsados pelos custos incorridos nos mesmos. É vedada estatutariamente qualquer remuneração aos integrantes da diretoria e conselheiros pelo exercício de suas funções. O lucro obtido ao final de cada exercício financeiro, também previsto em estatuto, deve ser obrigatoriamente reinvestido nas atividades da associação. Seus participantes são estudantes regularmente matriculados e freqüentadores dos cursos de formação superior, descompatibilizando-se da associação quando da conclusão do curso ou abandono e também por expulsão da instituição. Sua vinculação é definida mediante estatuto, bem como os deveres e direitos dos participantes; as normas de conduta, procedimentos, controles operacionais e administrativos. Deve possuir uma metodologia de intervenção para conduzir os projetos e manter uma uniformidade e a qualidade de seus procedimentos.

A troca de experiência e a vivência empresarial são preceitos básicos das Empresas Juniores, daí a necessidade de que os projetos sejam realizados em grupos de trabalhos, formados por alunos distribuídos ao longo dos semestres dos cursos. Com isto, aqueles em semestres mais adiantados compartilhariam conhecimentos e experiências com aqueles de semestres iniciais, motivando-os e despertando interesse e vocação profissional.

No final de 1988 e início de 1989, através de contatos com a Câmara de Comércio e Indústria franco-brasileira, surgiu a Empresa Júnior da GV, na Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, a primeira no Brasil. A partir desta iniciativa, iniciou um projeto que rapidamente encontrou respaldo, adesão e reconhecimento nacional. Prestando serviços a pequenas e médias empresas e a entidades sem fins lucrativos, a Empresa Júnior da GV fortaleceu a viabilidade deste projeto em termos de América Latina. Hoje são várias espalhadas pelo Brasil.

No Ceará, a pioneira foi a Empresa Júnior do Curso de Administração da Universidade Estadual do Ceará, fundada em 1992 pelos alunos deste curso e contando com o suporte técnico da FEJESP (Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo). Fruto de mobilização espontânea e da motivação e determinação dos alunos do curso de Administração da UECE, foi criada a Empresa Júnior UECE, responsável pela realização de vários projetos de consultoria para as micros, pequenas e médias empresas nas áreas: organizacional, mercadológica, custos, financeira; treinamentos empresariais e elaboração de projetos de viabilidade econômica.

É de vital importância para o êxito da Empresa Júnior as parcerias e o reconhecimentos por parte da imprensa, do amplo apoio do setor empresarial do município e do estado (sindicatos, federações do comércio, indústria, os participantes do sistema “S”, empresa de consultorias, conselhos profissionais, autoridades públicas municipais e estaduais) e da decisiva participação e mobilização da comunidade acadêmica.

A ideia de uma Empresa Júnior não se trata de uma mera atividade de Extensão, ou tão pouco um trabalho acadêmico de término de curso; mais sim um ideal de vida, que propicia o aperfeiçoamento do ensino superior, como também o aprimoramento de profissionais e o auxílio às empresas clientes necessitadas.

São pilares do ideal das Empresas Juniores: Compromisso, Responsabilidade, Ética, Profissionalismo, Organização, Tenacidade, Obstinação e Satisfação no que faz, com eles essas associações certamente crescerão e serão motivos de grande orgulho para qualquer instituição de ensino e para seu participante.