Controle das emoções - Faculdade CDL

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Controle das emoções

6 de março de 2024

Profª. Dra. Érica Silina, Psicóloga e Psicanalista Lacaniana |

Desde os tempos de Platão, o senso de autodomínio, de poder suportar as tempestades emocionais que trazem as desgraças da rotina sem ser “escravos da paixão”, tem sido louvado.

A meta que devemos atingir é o equilíbrio mental e psicológico não a eliminação das emoções: todo sentimento tem seu valor e sentido. Mas, se precisa da emoção controlada, o sentimento proporcional à circunstância. Quando as emoções são abafadas demais, criam o conflito e a distância; quando extremas e persistentes demais tornam-se patológicas, como na depressão paralisante, na ansiedade esmagadora, na raiva demencial e na agitação maníaca.

As pessoas não precisam evitar sentimentos desagradáveis, eles podem contribuir para uma vida criativa e espiritual. Controlar nossas emoções é uma atividade de tempo integral: muito de que fazemos é uma tentativa de controlar o estado de espírito.

Tudo, desde ler um romance ou assistir uma série até as atividades e companhias que preferimos, pode ser uma proposta de nos sentirmos melhor. No plano do cérebro muitas vezes temos pouco ou nenhum controle sobre quando seremos arrebatados pela emoção e sobre qual emoção eclodiremos. Mas podemos ter alguma voz sobre o quanto durará uma emoção. A tristeza, preocupação ou raiva habituais passam com o tempo, mas quando as emoções são intensas demais como a ansiedade crônica, a raiva descontrolada ou a depressão, podem exigir medicação e/ou psicoterapia.

Hoje, um sinal da incapacidade de autocontrole emocional pode ser o reconhecimento de quando a agitação crônica do cérebro emocional é demasiado forte para ser superado sem a ajuda psicofarmacológica. Estudos afirmam ainda a independência da inteligência emocional da cognitiva, constatando pouca ou nenhuma relação entre graus de QI e o bem estar emocional das pessoas (OMS, 2021). Pesquisas demonstraram ainda, que não foi unanimidade entre os que acham que estados de espírito negativos devem ser mudados. Algumas pessoas admitem que jamais tentam mudar seu estado de espírito, pois para elas todas as emoções são “naturais” e devem ser experimentadas como se apresentam. Outras buscam regularmente entrar em estados desagradáveis por motivos pragmáticos: médicos que precisam estar sombrios para dar más notícias a pacientes, cobradores que enfurecem para ser mais firmes com os caloteiros, jovens que se provocam raiva para ajudar o irmão menor contra os valentões infantis. Contudo, temos  estes raros cultivos propositais de sentimentos desagradáveis a maioria se queixava de que estava à mercê de seus estados de espírito.

Uma boa sugestão, abraçar a leitura de um bom livro, ouvir uma música (que tal uma playlist daquelas?), vir assistir aula na Faculdade CDL e compartilhar esses bons momentos com seus verdadeiros afetos.