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A fortaleza de Rachel e de suas personagens femininas

8 de março de 2021

Raquel de Queiroz, escritora, tradutora, dramaturga e jornalista é a representante que escolhemos para homenagear todas as mulheres neste Dia Internacional da Mulher, enaltecendo a mulher forte cearense, por conta da sua própria fortaleza e de suas personagens femininas, todas guerreiras.

Sua notoriedade vai além das honrarias que recebeu, mas, dentre os inúmeros títulos abaixo, ressaltamos o grande feito de ser a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, em 1977.

Foto: Estátua de Rachel de Queiroz na Praça General Tibúrcio (Praça dos Leões), em FortalezaEstátua de Rachel de Queiroz sentada em banco na Praça General Tibúrcio, em Fortaleza (Praça dos Leões)

Fonte: Acervo particular de Ana Luiza Chaves

Sua obra modernista e realista é riquíssima. Em O Quinze, obra que a tornou nacionalmente conhecida, mostra a miséria e a luta do povo nordestino contra a seca. Em Dôra, Doralina, Rachel retrata o amor como liberdade, em quadro histórico da formação brasileira. Em as Três Marias, Rachel revela a sociedade patriarcal nordestina da primeira metade do século XX. Em Memorial de Maria Moura, no Brasil rural do século XIX, as condições são cruéis para a protagonista, que luta contra a cobiça de suas terras. Nos enredos, todas as personagens de Rachel são contrárias às imposições que se apresentavam à mulher, às amarras sociais, aos ditames da época e dos locais, elas têm traços peculiares de subversão à cultura patriarcal com escolhas decisivas, mostrando o lado forte da mulher, perseverante e resiliente.

Sabiamente, Rachel de Queiroz imortalizou a dura frase, que por trás revela, nada mais, nada menos do que os percalços pelos quais passamos na vida, em dimensão muito maior, quando enfrentados por mulheres, mas ela afirma, sem eles, não seria vida.

Vida? “A vida é uma tarefa que não pode ser dividida com ninguém.” (Rachel de Queiroz) 

Prêmios recebidos

  • Prêmio Felipe d’Oliveira, em 1939.
  • Prêmio Fundação Graça Aranha para O quinze, 1930.
  • Prêmio Sociedade Felipe d’ Oliveira para As Três Marias, 1939.
  • Prêmio Saci, de O Estado de S. Paulo, para Lampião, 1954.
  • Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de obra, 1957.
  • Prêmio Teatro, do Instituto Nacional do Livro, e Prêmio Roberto Gomes, da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro, para A beata Maria do Egito, 1959.
  • Prêmio Jabuti de Literatura Infantil, da Câmara Brasileira do Livro (São Paulo), para O menino mágico, 1969.
  • Prêmio Nacional de Literatura de Brasília para conjunto de obra em 1980.
  • Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Ceará, em 1981.
  • Medalha Mascarenhas de Morais, em solenidade realizada no Clube Militar (1983).
  • Medalha Rio Branco, do Itamarati (1985).
  • Medalha do Mérito Militar no grau de Grande Comendador (1986).
  • Medalha da Inconfidência do Governo de Minas Gerais (1989).
  • Prêmio Luís de Camões (1993).
  • Prêmio Moinho Santista, na categoria de romance (1996).
  • Diploma de Honra ao Mérito do Rotary Clube do Rio de Janeiro (1996).
  • Doutor Honoris Causa, pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (2000).
  • 20 Brasileiros empreendedores do Século XX”, eleita em 2000, em pesquisa realizada pela PPE (Personalidades Patrióticas Empreendedoras).
  • Medalha Boticário Ferreira, da Câmara Municipal de Fortaleza, 2001.
  • Troféu Cidade de Camocim em 20 de Julho de 2001 – Academia Camocinense de Letras e Prefeitura Municipal de Camocim.
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Rachel de Queiroz: biografia. Disponível em: https://www.academia.org.br/academicos/rachel-de-queiroz/biografia. Acesso em: 05 mar. 2021. 
FRAZÃO, Dilva. eBiografia. Rachel de Queiroz: biografia. Disponível em: https://www.ebiografia.com/rachel_queiroz/. Acesso em: 05 mar.2021.

Por Ana Luiza Chaves, Bibliotecária da Faculdade CDL