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23 DE ABRIL – DIA MUNDIAL DO LIVRO E DO DIREITO DO AUTOR: AS BENESSES DO LIVRO

23 de abril de 2021

A data de hoje, Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, é muito representativa. Sabemos que foi instituída em 1995 pela Unesco como referência ao falecimento de Cervantes e Shakespeare, escritores clássicos, mundialmente conhecidos, lidos, relidos, dramatizados e representados.

É uma data mundial, afinal, que instrumento criado pela humanidade é o mais comum às civilizações desde os primórdios, para registro, divulgação e obtenção do conhecimento científico, da cultura, da literatura, da arte e da educação? Não fosse o livro com essa função, o pensamento da humanidade não teria chegado até aqui.

Afora essa extensa função, sabemos de tantas outras que só lhe agregam valor. Falar das benesses do livro daria um livro, mas vamos elencar aqui algumas que estão em maior evidência por conta do contexto de pandemia e de isolamento social, mundialmente enfrentado.

Por intermédio da leitura de um livro é possível combater a solidão, fazer viagens para lugares jamais visitados, relaxar o estresse, aliviar angústias pessoais, se aproximar de pessoas, reduzir a ansiedade, viver outras histórias, mudar comportamento, trocar ideias sobre opiniões e até tentar escrever algo, entre tantas outras benesses.

Mas, falando dessas benesses, o destaque vai para a biblioterapia, que de acordo com a etimologia da palavra trata-se da terapia por meio de livros. Hoje já utilizada com efeito preventivo, levando leitura para escolas, hospitais, orfanatos, casas de repouso, presídios e demais locais sociais, sendo aplicada por bibliotecários, educadores, assistentes sociais e psicólogos, conforme cada contexto e indivíduo.

Conjunto de livros com estetoscópio

Para o desenvolvimento dessa terapia, é importante que sejam selecionados livros de acordo com o perfil e a necessidade de cada um, respeitando a individualidade e a situação que requer. O aplicador ou contador de histórias coloca a linguagem em movimento, influenciando positivamente a pessoa por intermédio da mediação dos comentários e discussão da leitura. As histórias e os personagens nelas vividos trazem consigo o poder de interferir na saúde e no bem-estar, fazendo surgir novos sentimentos, novas emoções, novas reflexões, novas ideias, tudo ao modo do receptor.

Chartier (1999, p. 77) ressalta que “A leitura é sempre apropriação, invenção, produção de significados. […], o leitor é um caçador que percorre terras alheias. […] Toda história da leitura supõe, em seu princípio, esta liberdade do leitor que desloca e subverte aquilo que o livro lhe pretende impor.”

Depois desse destaque dado ao livro, como é uma data dupla, focamos também no Direito do Autor, portanto, uma data em sintonia com a outra, uma que dá suporte a outra, afinal, o que seria do autor sem os direitos sobre a sua obra? E o que seria dessa obra se não tivesse um autor para lhe dar propriedade intelectual, credibilidade e se perpetuar para a humanidade com todas as suas benesses?

copyright

São horas a fio de dedicação para nascer uma obra, são direitos intelectuais que permeiam a criação de um livro, os quais devem ser respeitados, tais como os de qualquer outro produto que é inventado e concebido.

Essas horas materializadas na escrita resultam nesse fantástico e milenar instrumento do saber, o livro. Cada livro é um contexto, é uma inovação. Importante essa ênfase na atualidade, quando tudo está disponibilizado na rede a um simples “copia e cola”.

Atentar para os direitos autorais e respeitá-los é cumprir a legislação e, sobretudo, respeitar a criação intelectual, algo que saiu de uma cabeça pensante, seja na esfera literária, artística, filosófica ou científica.

Escritores e leitores, partes que se completam, que se inter-relacionam, criando e recriando novas oportunidades, porque têm um aliado em comum, o livro.

Por Ana Luiza Chaves, Bibliotecária da Faculdade CDL.

CHARTIER, Roger. A Aventura do livro: do leitor ao navegador. Tradução de Reginaldo de Moraes. São Paulo: Unesp / Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1999.